Ao som dos álbuns Scriabin:
Sinfonia nº 2 - The Poem Of Ecstasy (2023), Danielpour:
Passion of Yeshua (2020), Concerto para Piano 'Spiritualist'; Poems Of
Life; Glacier; Rush (2019) e Mr. Tambourine Man: Seven Poems of Bob
Dylan – John Corigliano (2009), da maestrina estadunidense JoAnn
Falletta.
A pedra
da tarde mormaçada ou a princesa & o plebeu... - Naquela tarde domingueira Virginácia,
ou melhor, Gigi queria ser a princesa Jenny, um sonho alentado desde o
dia do repentino noivado e um inusual presente: um livro. Isso? É uma linda
história de amor. Você é comunista? Não. Mas? Ora, é história de uma princesa
de verdade e um plebeu filósofo – quase como nós dois -, foram escorraçados e
se amaram até a morte. Ih, não venha com coisas bizarras pra minha banda, sou
achegada não, viu? Ah, meu amor! Ela resistiu, mas logo dissipou sua intransigência
vencida pelos agradinhos e ajeitados, findaram aninhados. Galante vira-lata
cheio das pregas, ele logo se apaixonou por ela a ponto de ficar girando em
torno de si, aos rodopios. Tá doido? Não sabia, coitada, era a forma dele
afastar os seus 600 diabos e todos os demônios, para mantê-la íntegra ao
decoro. Vixe! Aqui tem história. E tinha mesmo. Prest’enção! Ela lídima nívea mimada,
uma Lulu da Pomerânia, menina dos olhos paternos, agora tomada pelas delícias
de Cápua, aos devaneios da felicidade. De súbito foi assaltada pelo entusiasmo
do casal Shih Tzu, os seus padrinhos para a cerimônia, com uma torrente ruidosa
de simpatia. Logo também envolvida pelo eufórico par Chow Chow, paraninfos do
noivo, acenando pro Monge de batina, lá no altar em posição Padmasana – a
Postura do Lótus, enquanto aguardavam convidado ilustre para a solenidade: o Padre Bidião. Não demorou muito a saudação da distinta dupla chihuahua, Peanut e
Cashew, vindos do Texas acompanhados de extensa comitiva, exclusivamente
para prestigiarem o desponsório. Entre os convivas estava o excitado duo Beagle,
na convocação de todos para o compadrio na divertida pulada de fogueira. Um
Golden Retriever tocou fogo e o Akita Inu gritou: Quem quer ser o primeiro?
Tiraram no ímpar ou par, e o Pastor Belga Groenendael foi o primeiro a saltar. Depois
pinotou o Dálmata desajeitado, o Yorkshire Terrier seguiu atrás, juntamente com
o Bulldog que refugou da pulada e o Poodle que se disse indisposto. Preferiram
estes na acolhida aos recém chegados Lhasa Apso e Pug, dando conta que o Dachshund
delatou o comparecimento de celebridades famosíssimas por ali. Mesmo? O Rottweiler
logo destacou a presença do leal Hachiko, aquele mesmo que esperou o dono
falecido por anos na estação de comboio. Ao lado, o husky Balto ostentava sua
bengala e rica indumentária, contava do que foi ter liderado uma equipe na
entrega de cura para a epidemia. Que xique! Olha lá os astronautas Laika,
Belka e Strelka! Vê ali o terrier Stubby, herói da primeira guerra! Minha
nossa! Enquanto uns saltavam, os que já haviam pulado passaram para a corrida
do anel. Entre dobradas ovações e simpáticas aclamações, os partícipes logo
formaram um círculo, definiram o passador e escolheram quem ia adivinhar. O
escolhido fechou os olhos e ao se passar a argola veio o sinal: Adivinhe agora
com quem está o anel! Justo na ocasião em que fora anunciada a atração do
momento: o condecorado viajante vira-lata Oscar! Também deu as caras o célebre
labrador Rupee, que papeava com a bela yorkshire Smoky, arrodeados pelos não
menos notáveis Chips, o border collie Pickles, o pug Pongo da Donna Tartt,
o Ulisses da Clarice Lispector, o K do Kafka, a Pinka da Virginia Woolf, a Baleia do Graciliano Ramos, o Biruta da Lygia Fagundes Telles, o Bruno Linchtenstein e o Zig do Rubem Braga, e o Firififi
do Dalton Trevisan. Uma roda de eminentes, hem? Mais abrilhantaram o
pagode o glamour de Misty da Dorothy Parker, o da Cegueira e o do Cerco
de Lisboa do Saramago, o Pingo-de-ouro do Guimarães Rosa, Tusca
de Marina Colasanti, o mascote Bi que driblou Garrincha, o arqueólogo
Robot, a salva-vidas Safira, até o Rhodesian ridgeback – o famoso cheira-cu
leão-da-rodésia caçando o rei da selva. Por aqui? Pois é. O faro falhou, errou
o caminho e resolveu entrar no fuzuê. Depois se juntaram a todo tipo de perros,
sabujos, galgos, rafeiros e guenzos. Menos Kratin que se perdera na festa do
céu. A patuscada foi muito badalada, noticiada em todas as colunas sociais do mundo.
Nada mais concorrido, pois, mais chegaram de parecer não acabar mais, todos
sobrecarregados de muitas congratulações. Foi quando o noivo deu sinal de vida,
logo se dirigindo à sogra, com um buquê de flores e graciosamente galanteou:
Minha noiva é muito linda, tem a quem puxar. De fato: bastou avistar a moça que
seu coração imediatamente suspirou. Tonou-se poeta de última hora para a mais
bela que havia na face da terra, segundo seus esbugalhados olhos. E logo se
enamorou de fazer plantão à porta dela. Providente, atencioso, prestativo. Até
que ela cedeu e se enrabicharam. Quando ele falou namoro a ela, a coitada
engasgou-se, dele ter de fazer uso da Manobra de Helmlich e toda sua
experiência de paramédico. Salvou-lhe a vida. Quem era esse herói? (Suspense!
BG: Introdução da Sinfonia do Destino de Beethoven). O pároco esperado logo
chegara, acompanhado de um séquito de sacerdotisas bidiônicas que logo se
ocuparam em preparar a noiva para o conúbio. O sacerdote despertou o Monge,
abraçaram-se efusivamente e passaram a saudar quem aparecesse. Depois dos
cumprimentos, acenaram pro maestro e todo mundo passou a ser embalado pelo trio
pé-de-serra do MarcAntonho - que, com o seu trio de pequineses
amestrados, era chute no bombo, dedo na sanfona arreganhando o fole e amolegado
no tilingo-tingo-lingo-tingo no triângulo. Eita, que esse trupé é ineivado
todo! No meio da folia toda, deu-se a chegada da noiva acompanhada pelo pai e na
mais requintada elegância - e o trio atacou castigando na marcha nupcial xoteada.
Era chegada a hora. Com um estrondo demorado parou o som e Padre Bidião
convocou a todos para a hierogamia: Adeste Fideles! O Monge, ao seu
lado, voltou a meditar, quando ele fez menção solene ao microfone: Ad bene
placitum! Oxe! Nessa hora caiu o maior toró. Valei-me! O vigário foi ao
topo do altar e, diante dos esponsais defrontados, nas bençãos do deus Xolotl,
despiu-se seguido por todas as pítias nuas ajoelhadas. E tome chuvada! Era hora
do ritual e a consorte ajeitou-se sentando-se sobre o ventre do prometido, passando
os braços por seu pescoço – fez como as Adoradoras de Amon, em homenagem às
graças dos muitos seios da corpulenta deusa etrusca da Fescênia, Tellus -, e
recitou pra ele: Somos receptáculos no rito da Sacralização da Vida. Ele
retribuiu com um beijo afetuoso em seus lábios, disposto a se sacrificar por
ela na libação da Fordícia. Seguindo toda ritualística, o ápice da liturgia foi
com o momento em que ambos haviam de selar o juramento: atravessarem juntos o
seu Canal da Mancha. Sim, E tome temporal! O clérigo então sentenciou: Jacinto
Tobi e Virginácia Tetéia, eu, pelos poderes a mim conferido, os declaro esposos
por toda duração deste enlace! Agora pode beijar a noiva! Viva! E, afinal, estiou:
Alá seja louvado! E se dirigiram todos para a inauguração do monumento
providenciado pelos sogros: uma enorme escultura feita de pedra branca para
selar a felicidade dos cônjuges. Houve uma salva de tiros de rifle, foguetões e
vivas. Os cantadores louvaram os pretendentes, anunciando que já era a hora da
quadrilha. MarcAntonho deu o grito de guerra pra bicharada: Viva Hermeto,
Sereiarei! Às lapadas no festejo. Como manda o figurino, o eclesiástico perfilou-se
ao lado do Monge e gritaram em uníssono: En avant tous! Todos responderam:
Alavantu! En arrière! E todos: Anarriê! MarcAntonho agarra o microfone e
sapeca tonitruante: O furor da contradança \ onde todos nós se vê \ já se
escuta a sanfoninha \ já se sabe o balancê. E lá iam todos ensaiando no balanço
6/8 e 2/4. Os pares perfilados de braços dados e os noivos defronte da fila,
era o caminho da festa e eles no idílio de Dáfnis e Cloé. Anarriê! E era como
se fossem ali Endimião ao lado de Selene. As damas cumprimentavam os
cavalheiros – eram eles Eurídice e Orfeu. Saudação geral e foram pro balancê! E
gingavam feito Brunehilde e Gunther, dele pra ela: À primeira vez que lhe vi...
ah, sentiam-se: Florentino & Fermina da Cólera de Garcia Márquez. MarcAntonho
gritou logo: Vamos dançar fandango no chumbregado! Olha o túnel! – e
atravessaram como se fossem Filemon e Baucis. Olha o grande passeio! – e
passearam como se fossem Paulo e Virginia. Damas ao centro! Aí começou o tititi
delas e soube, então, da vida dupla dele... Como é que é? Coroa de rosas! Descoroar!
Damas procuram seus cavalheiros e qual enamorados Tristão e Isolda, ela
sussurrou: Hei de escrever teu nome \ na folha de bananeira \ és o moço mais
bonito \ da província brasileira. Caracol! Caminho da roça e eles: Alfeu
& Aretusa, dele pra ela: Sou o herói pirogenético, o senhor do fogo, e
quero com você enfrentar tudo, como Artur e Isadora, da Pedra do meio dia, de Bráulio Tavares. Olha a chuva! – e se protegeram como se fossem Hero e Leandro. Já
passou! Aaaah! – e se sentiam Pigmalião e Galateia. Olha a cobra! Deu-se um
pandemônio. Calma gente, já mataram! Aaaah! – e folgaram como Kremilda e
Sigefredo. A ponte quebrou! E agora? Meia volta! – e voltaram como Píramo e
Tisbe. Já consertou! E dançavam enlevados, dele pra ela: Você é a minha Thêmis
e já vejo nossas filhas: Irene, Eunomia e Dirce, brincando no terreiro. Agora é
a vez do galope! Agitê! Os noivos saíam de mãos dadas, todos acompanhavam seus
passos. Preparar para o viva, viva os noivos: viva! Viva os convidados: viva! Preparar
para o grande baile! Dancê – e foram embalados pela Valsinha de Vinicius&Chico.
Coisa quase interminável. Lá pras tantas, ao final rolou de tudo: pandeirinha,
dança da saia, rala o côco mexe a canjica e outras que só pararam no grito de
ordem: Agora, a despedida! Padre Bidião fez a vez do Lázaro santo e abençoou os
festejos. Muitos salves e vivas, quem fez promessa teve sua graça na hora. Quase
anoitecia e era a hora do banquete, um suntuoso regabofe preparado por renomado
Cordon Bleu, que foi trazido a peso de ouro para o luxuoso repasto. Só tem
ração? Destamparam as panelas e a comida farta de montão. A mundiça voou em
cima estraçalhando a farta refeição: galinha caipira, carne de porco e
carneiro; feno e alfafa; batata-doce, cenoura, abobrinha, mandioca, inhame e
cará. As verduras benéficas: couve, espinafre e brócolis, banana, pera e maçã,
tudo de montão. E mais, pros convivas: a decoração estava um primor; enfeites,
ração de todo tipo, petiscos e ossos, bifinhos, cremosos, biscoitos, bolos e
chocolates, bebidas e molhos, E arrocharam nos adereços: tapetes, fraldas e
banheiros, cones, farmácia para medicamentos, antipulgas e carrapatos, banho
terapêutico, roupas cirúrgicas, colares elizabetanos, brinquedos, frisbees,
mordedores, coleiras, guias e peitorais, perfumes e colônias, pentes, escovas e
rasqueadeiras, lenços umedecidos, máquina de tosa e acessórios, eliminador de
odores e desinfetantes, repelentes e atrativos, camas e cobertores, almofadas e
colchonetes, casas e tocas, comedouros, bebedouros, jogo americano, mamadeiras,
bolsas de transporte, carrinhos, cintos de segurança, cadeirinhas, portões,
grades e escadas, canil, roupas, focinheiras e enforcadores, gaiolas e
viveiros, criadeiras, aquários e beteiras, serragens e granulado. Era o
paraíso! E enquanto todos se empanturravam com os comes & bebes, ela
pensativa: só nesse dia soubera quem era mesmo aquele que havia se apossado do
seu coração. Sim, aquele que chegara de supetão com um poema Coup de foudre,
querendo casar a fim da força, às pressas como aquele da Irremediavelmente
felizes, do Fernando Sabino - e mostrando o nome dela escrito no
solado do sapato. Queria desposá-la e foi de fio a pavio com todos os rr e ss e
um pé nas costas. Foi num vupe só! Só que ele tinha uma identidade secreta. E apesar
de ser um imenso vira-lata, não só latia, farejava e balançava o rabo que não
mais havia. Ele sabia de tudo, até filosofava estoicamente poético por se achar
incumbido de tomar conta de tudo e do mundo todo, responsável vigilante, com
seu quepe de sempre e um distintivo no peito. E ria da desgraça porque era
bombeiro nos incêndios, salva-vidas nas praias, mecânico, eletricista,
borracheiro, mais tivesse e aparecesse. Controlava as estações e quando o dia
nublava cobrava a responsabilidade do Sol que logo fulgurava atendendo suas
ordens. Supervisionava e onde houvesse injustiça agia como um super-herói na
defesa das vítimas. Gerenciava a Lua e as estrelas, zelava pelo pacífico
descanso noturno. Ordenava estiar a chuva torrencial, advertia o rio e, quando
este ameaçava transbordar acabava com a festa da maré cheia limitando-lhe o
avanço. Como via almas do outro mundo, botava os fantasmas nos conformes e desconfiava
de vaticínio suspeitoso e funestas ameaças. Combatia qualquer situação de risco
e perigos, desabamentos, perturbações, epidemias, atos de vandalismo e terrores;
judicava pendengas e rixas, aviava pedidos e pendências, salvava suicidas, levava
as crianças à escola e ensinava a elas a lição; ministrava os primeiros
socorros nos acidentes, atravessava velhinhos nas esquinas, surpreendia o sono
dos porteiros e vigias noturnos, limpava as ruas e calçadas, mantinha os
parques e praças em ordem, examinava o desenvolvimento de plantas e árvores, o
comportamento das pessoas e animais; inspecionava a temperatura, conferia as
horas; passava em revista todos os moradores, vistoriava encontros conjugais e
namoricos, monitorava o voo dos pássaros e insetos. Se o semáforo pifasse, ele
mantinha o trânsito; se um ladrão surrupiasse algum transeunte, ele o
capturava, levando-o à prisão, devolvendo os pertences à vítima; se algum
bêbado trocasse as pernas e saísse da normalidade, ele o guiava até local
seguro. Alguém adoecesse, ele providenciava ambulância e atendimento médico, organizava
filas, admoestava passantes, enfim, um arsenal de competências e habilidades
tão incomuns e reunidas num só ser. Assim mantinha sua identidade secreta e
tudo corria normalmente. Ela pensava consigo: Como conviver com ser tão
extraordinário? Entre elucubrações foi surpreendida com o padre Bidião, que presenteou
ao casal uma lua de mel inesquecível: hóspedes da Caverna do Amor, na
Cornualha, Inglaterra, convidados pelo anfitrião Gottfried von Strassburg.
U-hu! Ao se despedirem anunciaram o Almoço da Boda para quando retornarem. Seguiram
sob o manto de Vênus Afrodite aos rituais da corte de Citera. Antes, porém, ela
o fez jurar que morreria talqualmente a princesa Jenny: aos beijos. E o
amor fez a festa enquanto duraram apaixonados. Até mais ver.
Nicola Griffith: Ler é a porta de entrada para tantas coisas que torna possível que sete bilhões de pessoas vivam juntas em um planeta. A literatura é a grande guardiã extrassomática do nosso conhecimento sobre o que é ser humano. Ler nos eleva. Lemos para sermos a melhor versão de nós mesmos... Veja mais aqui, aqui & aqui.
Laura Esquivel:
Cada um de nós
nasce com uma caixa de fósforos dentro de si, mas não conseguimos acendê-los
sozinhos; assim como no experimento, precisamos de oxigênio e de uma vela para
ajudar. Neste caso, o oxigênio, por exemplo, viria da respiração da pessoa que
você ama; a vela poderia ser qualquer tipo de alimento, música, carinho,
palavra ou som que gere a explosão que acende um dos fósforos... Veja mais aqui & aqui.
Eleanor Catton:
O
amor não pode ser reduzido a um catálogo de razões, e um catálogo de razões não
pode ser reunido no amor... Uma mulher caída não tem futuro; um homem
ressuscitado não tem passado... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
CONVITE
Ah, você tem tempo \ para ficar \ um pouco \ longe
da sua correria? \ e um dia muito importante \ para os pintassilgos \ que se
reuniram \ num campo de cardos \ para uma batalha musical, \ para ver quem
consegue cantar \ a nota mais alta \ ou a mais baixa, \ ou a mais expressiva
das alegrias, \ ou a mais terna? \ Seus bicos fortes e rombudos \ bebem o ar \ enquanto
eles se esforçam \ melodiosamente \ não por você \ e nem por mim \ e não por
uma questão de vitória, \ mas por puro deleite e gratidão – \ acredite, dizem
eles, \ é uma coisa séria \ apenas para estar vivo \ nesta manhã fresca \ neste
mundo quebrado. \ Eu imploro a você, \ não passe \ sem parar \ para assistir a
essa \ performance um tanto ridícula. \ Poderia significar alguma coisa. \ Poderia
significar tudo. \ Poderia ser o que Rilke quis dizer quando escreveu: \ Você
precisa mudar sua vida.
Poema extraído da obra A Thousand Mornings
(Penguin Books, 2013), da premiada poeta estadunidense Mary Oliver (Mary
Jane Oliver - 1935—2019).
OBSERVADORA DA CHUVA
– [...] Quando a
natureza se irritava não havia nada que o homem pudesse fazer. Absolutamente
nada... [...] Começarei pela
árvore. Porque tudo começa e termina com a árvore. A árvore é a mais alta. Foi plantada
muito antes das outras. Não sei exatamente quantos anos tem. Talvez trezentos
ou quatrocentos anos. É antiga e poderosa. Resistiu a tempestades terríveis,
protegeu-se contra ventos desenfreados. Não tem medo. A árvore não é como as
outras. Tem seu próprio ritmo. A primavera começa mais tarde para ela, enquanto
todas as outras já estão florescendo. No final de abril, as novas folhas ovais
brotam lentamente, apenas nos galhos superiores e do meio. Caso contrário,
parece morta. Nodosa, cinzenta e murcha. Gosta de fingir que está morta. É
assim que ela é inteligente. Então, de repente, como uma enorme explosão, todos
os brotos florescem. A árvore triunfa com suas copas verde-claras. [...]
Eu não
conseguia entender a morte. Não sabia o que era. A única maneira de medi-la era
pelo fato de não conseguir mais ouvir a risada do meu avô. [...]. Trechos
extraídos da obra The Rain Watcher (Large Print Pr, 2020), da escritora francesa Tatiana
de Rosnay, autora de obras como The Other Story (2013), The House
I Loved (2011), A Secret Kept (2009) e Sarah's Key (2006).
FAÇA O QUE GOSTA
- [...] Se você está na carreira errada, não hesite em
mudar. Eu poderia ser um professor de matemática medíocre no ensino médio hoje.
[...]
Comecei a realizar pesquisas no MNI e soube imediatamente que
esse era o tipo de trabalho que eu queria seguir, independentemente das
dificuldades práticas. [...]. Trechos da entrevista I'm still nosy, you know (The
Neuro - Montreal Neurological Institute-Hospital, ), concedida pela
neuropsicóloga canadense Brenda Milner, que contribuiu com sua pesquisa
na área de neuropsicologia clínica, razão pela qual é considerada como a
fundadora da neuropsicogia, tornando-se membro da Royal Society, em 1979. Veja
mais aqui.
OS OVOS DA RAPOSA
A premiada série Os
ovos da raposa foi escrita e dirigida por Valdir Oliveira, com
produção da Cabra Quente Filmes e consultoria de 3 Brasis, contemplada com o
prêmio Brasil de Todas as Telas, da Ancine. Trata-se de uma sátira política
inspirada no anedotário popular do Nordeste brasileiro e que se desenrola na
fictícia cidade de Bakatu. São 13 capítulos de 26 minutos de duração cada,
totalizando 318 minutos de uma obra que foi rodada nas cidades de Paudalho,
Igarassu e Recife. O autor é escritor, roteirista, diretor e
jornalista, atua em diversas linguagens, inclusive teatro, cinema, televisão.
Ele é autor de inúmeras peças teatrais encenadas em palcos do
Recife, como também de livros publicados destinados ao público infanto-juvenil
e adulto, com trabalhos exibidos na Rede Globo, Globo Nordeste, SBT e TV
Brasil. É diretor e roteirista de telefilmes, como A Promessa de Jeremias
(Globo, 1990) e do vídeo sobre a Sulanca (Fantástico, Globo), além das séries Santo
Por Acaso, Cruzamentos Urbanos, do curta Tocaia Para Jacó, entre outros
documentários. Veja mais aqui.
&
CONTEMPLA
ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR: